Fósseis de vento.
78 metros de fotografias instantâneas em papel térmico registrando o percurso de encontros do metrô Anhangabaú até a praça do patriarca.
5,5 x 7800 cm.

Ao longo dos 78 metros dessa superfície contínua estão impressas fotografias instantâneas resultantes da ação de deslocamento da saída da Galeria Prestes até o segundo andar do prédio número 78, circundando a Praça do Patriarca. A obra se inscreve na perspectiva de Milton Santos em A Natureza do Espaço, explorando a relação entre fixos e fluxos: um espaço que nunca se desassocia das ações humanas. No processo de fotografar, caminhar, interagir, a fita térmica passa a ser um arquivo vivo de passagem e permanência. O processo incorpora o improviso e a construção de jogos relacionais no ato de percorrer. A fita cresce sem interrupção, expondo um rastro aberto a novas interferências e interações. O dispositivo que imprime as imagens – uma maquininha de vendas emprestada pelo vendedor de orquídeas Ezequiel Reis – introduz um elemento de troca e contingência, reforçando a conexão entre o espaço, seus habitantes e a obra em contínua construção.
Registro da montagem para a exposição Estudos para ontem localizada no prédio Lutetia da Residência artística da Faap








