O  homem constrói prédios, os prédios constroem sombras; as sombras escondem os prédios e os homens. O que preenche esse espaço? O livro é uma organizações de fotografias feitas a partir de andanças, guiadas pela procura de achar um lugar comum em ambientes desconhecidos. A narrativa traçada é a da peregrinação e a consequente caça de semelhança entre lugares distantes entre si. Olhando para as pessoas da cidade como passageiras, elas buscam seu lugar de pertencimento o mesmo tanto quanto as sombras o buscam; elas são modificadas como as próprias sombras, que mudam dependendo da luz ou do encontro com as outras. As fotos buscam causar, nem que seja uma leve sensação de estranhamento; incentiva questionar-se sobre o que está vendo. As formas planas e chapadas são tratadas como recortes de algo maior, onde lugares cotidianos de escadas, janelas e cimento se tornam distantes. Procurei registrar  por onde essas sombras sobem e, como pernas, caminham, preenchendo lugares e buscando pertencimento.
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