vídeo-narração
2'56''
"Lembro da minha primeira amiga da infância, Amandinha, e de um dia que minha mãe me puxou para o lado pra dizer que eu não podia apertar tanto as amiguinhas assim, se não elas não iam querer ficar perto de mim. Ela tava certa, eu abracei a Amandinha por 15 minutos e não queria soltar ela por nada; eu apertava seus bracinhos, sorrindo, acho que tinha vontade de ver se ela era de verdade. Fui esmagando cada vez mais, até ela tentar andar e não conseguir por que o peso de nós duas era muito grande, e se ela desse um passo pra frente teria que me levar junto. Ela até tentou me pedir pra sair, mas via que eu estava tão feliz que não queria me magoar.
Minha mãe, que já conhecia a força dos meus abraços pela quantidade de cachorro que me mordeu, teve que me tirar dali; se fosse por mim abraçava até ela esmaecer, até ela diminuir, até a gente virar a mesma. No fim desse dia, a gente teve uma longa conversa sobre até onde se pode ir um abraço, e que, amar demais, machuca."
Minha mãe, que já conhecia a força dos meus abraços pela quantidade de cachorro que me mordeu, teve que me tirar dali; se fosse por mim abraçava até ela esmaecer, até ela diminuir, até a gente virar a mesma. No fim desse dia, a gente teve uma longa conversa sobre até onde se pode ir um abraço, e que, amar demais, machuca."